TERCEIRIZAÇÃO: DESRESPEITO AO SER HUMANO E AGRESSÃO AOS DIREITOS DOS TRABALHADORES/AS

A AGRESSIVIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO – UMA MÁQUINA DE MOER TRABALHADORES EM DESRESPEITO AO SER HUMANO

SUNDERHUS; Adolfo Brás[1]

A terceirização é um sistema de produção criado pelo capitalismo na época do poderio militar e veio para o Brasil com o discurso de que ia melhorar a qualidade e aumentar a produção. De início foi implementado no setor de produção automobilística, mais precisamente na parte de produção de autopeças. Traduziu-se pela exploração da mão-de-obra dos trabalhadores e trabalhadoras para atender os interesses do capital e de grupos econômicos.

Pela sua agressividade, imediatamente chegou ao setor de serviços, e neste setor é que se estabeleceu verdadeiramente um forte processo de escravização de mão-de-obra. E aqui no Espírito Santo este “fenômeno da modernidade capitalista” não foi diferente. No setor público a terceirização e a privatização constituem-se num dos maiores absurdos e desrespeito do Estado as suas leis até hoje. A contratação de profissionais em designação temporária, são exemplos desse absurdo que hoje no Estado e uma forte realidade. Uma distorção social produtiva e econômica difícil se corrigir, porque virou uma bola de neve e uma agenda de troca de favores políticos e pessoais. E de governos e governantes que se se dizem comprometidos com o serviço público de qualidade para a sociedade.

No setor público cria-se um mecanismo de trabalho atravessador entre a prestação de serviço público e a sociedade, prejudicando o resultado e a qualidade deste serviço e o atendimento as necessidades dos servidores públicos, como salário dignos e respeito aos benefícios e direitos legais destes servidores. E a máquina pública ou privada, continua moendo o ser humano com toda sua brutalidade.

Para vencermos essa máquina de moer trabalhadores e trabalhadoras, só tem uma solução. Mobilização. Primeiro precisamos entender que emprego de terceirizada não é bom para ninguém. Neste processo de luta devemos ter a certeza de que o patrão nunca vai defender o interesse do trabalhador, seja ele da iniciativa privada ou do poder público. Precisamos nos organizar enquanto trabalhadores e servidores públicos para que possamos interferir fortemente nas decisões do poder executivo e legislativo no sentido de que se o Estado realmente tem compromisso para com a sociedade, e necessário que o Estado tenha um quadro de servidores públicos permanente e não descartável atendendo às necessidades de grupos ou de interesses políticos e econômicos individuais.

[1] Engenheiro agrônomo

CREA – ES 2146 D / 11ª Região

Graduação em Agronomia – UFES, Alegre – ES

 

 

 

Deixe um comentário